Os diferentes

Bahia, 04 de outubro de 2011.

Por: Julianna Santana Santos

 

                                            Os diferentes

   Vivemos em um mundo em que todos os seres humanos parecem andar na mesma direção. Ter o mesmo objetivo, vestir as mesmas roupas, querer possuir as mesmas coisas, ser igualzinho um ao outro. Porque parece que se o seu desejo for diferente dos demais, você não fará parte do todo.

   Porém, eu sempre busco atentamente no meio da multidão, o olhar dos diferentes. Não dá pra explicar qual é a sensação de estar diante de um ser “único”, e como encontrá-lo. Pois acredito que esta experiência só é permitida aos semelhantes. Se você não é um diferente, nunca saberá reconhecer um. Sua luz passará despercebida por você, sua alegria não o contagiará, sua forma de ver e viver a vida não acrescentará nada a sua, o sentido da sua existência não será iluminado por aqueles que exaltam o que vale a pena. Embora, o sentido do “valer à pena” da vida de cada pessoa é sempre muito relativo, e esse é o ponto que os tornam tão especiais e raros.

Geralmente, são pessoas simples. Algumas com grandes sonhos, outras sem grandes pretensões, mas o que as fazem semelhantes, é a capacidade de perceber a vida e as pessoas de uma forma tão extraordinária que pra elas tudo acaba se tornando sagrado.

   O olhar de um diferente é intenso, penetra, desnuda você como se visse por dentro, na alma; sua conversa é especial, acrescenta vida, te eleva, é a fala de uma alma grata ao Criador, de modo que você passaria o dia inteiro a dialogar sem sentir o tempo passar; seu sorriso é acolhedor, despretensioso e amigo e o sentimento de amor que o conduz transmite tanta paz que você deseja ser um igual.

   Se te for permitido um dia cruzar o seu olhar com o olhar de um diferente, não desvie. Por mais intimidado que se sinta neste instante. E nunca se esqueça, que se esse momento aconteceu na sua vida, foi pra fazer com que percebesse quem você é, e o quanto você vale. Pois você nada mais é, que o reflexo da perfeição.

   Sendo assim, eu garanto que o primeiro sentimento a tomar você depois de ter contato com um diferente, será o de ajudar outras pessoas a abrirem os seus próprios olhos. E essa é uma verdade que começou a mais de dois mil anos, desde que o primeiro diferente esteve aqui e foi a partir Dele que surgiram seus semelhantes e o seu reflexo continua presente nos olhos daqueles que acreditam e perpetuam a sua missão. A de colher almas para Deus.

Obrigada Jesus!
Julianna Santana